sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

LIÇÃO DE VOO 02


Existem basicamente dois tipos diferentes de helicópteros:
01 - Com passo variável (Collective Pitch / CCPM / NOR)
02 - Com passo fixo

O passo variável existe quando o ângulo das hélices principais do helicóptero sofrem alteração de forma simultânea (para mais ou para menos), de forma a alterar a quantidade de empuxo gerada. Isto permite uma resposta mais rápida na alteração da aceleração vertical do modelo (subir ou descer), comandada pelo piloto.
Em helicópteros sem passo variável, o empuxo é controlado apenas pela variação da velocidade do rotor principal, ou em outras palavras, da velocidade do motor (comando de aceleração). O tempo de resposta é mais longo e a variação mais mansa. Os princípios de voo são os mesmos e poderão ser entendidos nesse post da mesma forma, assumindo que as hélices possuem sempre o mesmo ângulo de inclinação.
Com o passo variável aumenta-se a complexidade da cabeça do rotor (rotor principal / rotor head). O aumento da complexidade deve-se ao aumento do número de partes móveis em um rotor com passo variável, o que por consequência torna o modelo mais caro.
Em um modelo padrão de passo variável, os quatro comandos do helicóptero (Subir/Descer; Giro no próprio eixo; Frente/Trás; Esquerda/Direita) são comandados por cinco canais do seus sistema de rádio. O comando de Subir/Descer está composto por duas variáveis: 1. A alteração da velocidade do motor; 2. A alteração do ângulo das hélices. Isto é necessário pelo seguinte motivo: Quando se aumenta o ângulo das hélices, aplica-se mais carga ou resistência ao rotor principal. O aumento da velocidade do motor visa superar o aumento de arrasto ocasionado pelo aumento do passo.
O voo do helicóptero é comandado pela variação do ângulo das hélices enquanto elas cortam o ar. Quando deseja-se subir ou descer, o ângulo das duas hélices simultâneamente para um mesmo valor. Quando se deseja subir, o ângulo aumenta. Para descer, o ângulo diminui. Como as hélices estão agindo simultâneamente, ou de forma comum, isto é conhecido como passo coletivo (collective pitch).
Nos deslocamentos para frente e para trás ou então nos voos laterais, é aplicada uma inclinação no rotor proporcionando uma variação adicional no passo. Desta forma cada hélice tem o mesmo passo na sua tragetória circular. Isto é chamado de passo cíclico (cyclic pitch).
Basicamente quando o motor de um helicóptero é ligado as hélices mantêm um passo nulo (zero grau). A medida que o motor ganha velocidade, o passo coletivo é incrementado e o helicóptero começa a decolar. Para se mover para frente, o passo coletivo é fixado (mantendo o helicóptero no ar), enquando o passo cíclico é ajustado de forma a permitir que cada hélice tenha um ângulo maior ao passar sobre a cauda. O aumento de passo sobre a cauda gera um empuxo maior nesta região, inclinando o helicóptero para frente. Para anular o movimento e manter o helicóptero pairado no ar, o passo cíclico retorna à posição neutra, de modo que ambas as hélices novamente tenham o mesmo passo durante toda a sua tragetória, assim o passo coletivo mantêm o helicóptero no ar.
Por padrão todos os transmissores comercializados pela Garauco operam em Modo 2. Isto significa que o movimento vertical da alavanca esquerda do seu transmissor controla o acelerador e o passo coletivo do seu helicóptero (simultaneamente), enquanto a alavanca direita controla o passo cíclico, permitindo os deslocamentos horizontais para frente e para trás (movimento vertical da alavanca) e para esquerda/direita (movimento horizontal da alavanca). O movimento horizontal da alavanca esquerda é responsável pelo controle do nariz do helicóptero, permitindo o giro do helicóptero sobre seu próprio eixo.
Note que o passo coletivo está disponível apenas em helicópteros com mais de 4 canais. Os canais adicionais serão responsáveis por funções de mixagem, que misturam os comandos de aceleração com o passo coletivo, além de outros recursos dependendo do seu modelo.
Até a próxima lição!

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